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A televisão e a infância

A televisão e a infância

A Direção-Geral de Saúde apresentou um estudo europeo que concluiu que as crianças portuguesas vêem a televisão durante mais de 2 horas por dia, na média. Além disso, mais do 70% têm televisão no seu quarto. O estudo sublinha também que aquelas crianças com pais mais pobres, passam uma hora extra por dia frente ao ecrã (um total de 3 horas), em comparação com aquelas crianças de familias mais abastadas.

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Índice

 

Quanto tempo passam as crianças em frente da televisão?

Um grupo de investigadores do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, realizou recentemente um estudo na população infantil portuguesa. Este estudo foi publicado na revista científica BMC Public Health e destinava-se a determinar quanto tempo passam as crianças portuguesas em frente de um ecrã.

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O estudo examinou os costumes de mais de 8.000 crianças entre 3 e 10 anos, de escolas tanto públicas como privadas e de cidades como Coimbra, Lisboa ou Porto. Esta sondagem constatou que “a maior parte das crianças, principalmente entre os meninos, excede as recomendações de tempo de ecrã indicadas pela OMS e pela Associação Americana de Pediatria”, declara Daniela Rodrigues, uma das autoras do artigo.

 

Que televisão vêem os nossos filhos?

Os conteúdos televisivos que os pais reportam como os preferidos dos seus filhos são desenhos animados, programas infantis e para a família. Em relação aos canais portugueses, destacam-se o Canal Panda, TVI, SIC, Disney e a RTP1.

Um outro estudo recente realizado pela Confederaçao Espanhola de Donas de Casa e a Organização de Consumidores e Utilizadores, trouxe à luz a elevada taxa de conteúdos sexistas e violentos na programação infantil em geral. As conclusões mais marcantes são as seguintes:

  • As mulheres aparecem repetidamente a desempenhar tarefas exclusivamente domésticas. Numa única semana de programação, mais de 100 referências sexistas e anti-mulheres foram detectadas.
  • A imagem da cultura: o mundo da cultura é ridicularizado como algo aborrecido e desinteressante.
  • Sexo: aparece continuamente referências da imprensa cor-de-rosa sobre a vida sexual das celebridades, como uma reivindicação e ícone de uma vida mais "na moda”.
  • Os conteúdos violentos: neste aspecto, a programação infantil é um verdadeiro potenciador da violência como único método para resolver os conflitos, exaltando e justificando a vingança de uma forma explícita. A título de exemplo, o relatório do CEACCU destaca que durante a programação infantil de sábado de manhã (quando a maioria dos telespectadores tem entre 4 e 12 anos de idade) aparece num canal público não especificado: um acto violento cada 3 minutos; uma forma de fogo a cada 15 minutos; uma faca a cada 7 minutos; e uma arma mágica a cada 90 minutos.

 

Possíveis Consequências de Crianças a abusar da televisão

O problema não é apenas que este tipo de conteúdo é mostrado durante o prime time das crianças, pois vão mais além disso. A forma que a violência televisiva assume faz com que as crianças a vejam como a forma mais eficaz e normal de resolver os seus conflitos, ignorando as consequências que isso implica. De centenas de estudos sobre a influência da violência televisiva nas crianças, destacam-se as seguintes consequências:

  • As crianças tornam-se mais agressivas enquanto se imunizam contra imagens violentas e agressões.
  • Aceitam, justificam e podem até imitar comportamentos violentos como uma forma normal de resolver os seus próprios problemas.
  • Tornam-se mais pessimistas e passivos.

 

O que devem fazer os pais?

Segundo os especialistas em comunicação, a influência negativa destes conteúdos pode ser aliviada com a ajuda dos pais. A criança deve ver um máximo de uma hora de televisão por dia e idealmente ser acompanhada por adultos para comentar e contextualizar o conteúdo. Só eles não compreendem o que estão a observar, excede a sua capacidade emocional. A solução está em formar os nossos filhos para serem pessoas críticas e reflexivas. Devemos ensiná-los a diferenciar entre realidade e ficção, para aumentar a sua sensibilização para esta questão.

Embora não haja dúvida de que o pequeno ecrã se tornou um transmissor fundamental de valores, não podemos cair na tentação fácil de acusar os programas infantis de serem a única ou principal causa da tendência para o comportamento violento. A televisão pode ser um veículo ativo de valores positivos e um desenvolvedor de novas competências. Ainda que neste momento existam poucos programas infantis de qualidade, existem e sempre existiram.

 

Algumas dicas sobre televisão e crianças

  • Que as crianças não vejam nunca programas sozinhos, sempre com um adulto. Se tiverem dúvidas ou perguntas, fale com eles, explique o que é necessário. É essencial que preste atenção ao seu filho e desenvolva o seu espírito crítico.
  • Seleccionar horários e programas específicos, para que as crianças não se sintam tentadas de ver o que desejaram em qualquer ocasião. Quando o programa que estava a ver terminar, desligue a televisão.
  • Manter a televisão desligada durante o jantar e ceia e durante o tempo em que estão a fazer os trabalhos de casa ou qualquer outra actividade, como desenho, leitura de uma história, etc.
  • Seja inflexível ao escolher séries e filmes: veja apenas aqueles que são apropriados para a sua idade e capacidade de raciocínio.
  • Não use a televisão como recompensa ou castig, isso iria aumentar o seu valor aos olhos do seu filho.
  • Encoraje as crianças a desfrutar de diferentes actividades, fale com elas sobre os seus gostos, e passe tempo com os seus filhos quando voltam da escola para casa. Acima de tudo, é essencial que a televisão não se torne uma babysitter barata e confortável. Sugerir coisas como "e se desligarmos a televisão e formos a... (brincar, dar um passeio, desenhar...?

 

Uma excelente opção são os vídeos da Internet

Existe um grande mercado em torno destes produtos onde se podem encontrar programas educativos e documentários que estimulam a inteligência das crianças; séries onde valores como a igualdade de papéis, a importância do diálogo intergeracional, etc., são incutidos. Se tiver dúvidas ou não souber onde encontrar este tipo de produto, os psicólogos e pedagogos do centro educativo ou infantário dos seus filhos o poderão ajudar.

 

O que diz o regulamento actual?

Tanto a lei em vigor como a legislação europeia estabelecem a protecção da infância no que diz respeito aos conteúdos televisivos que podem prejudicar as crianças. Para além disso, existe mesmo um código de auto-regulação firmado pelas cadeias televisivas. A programação infantil, está entre as 6 e as 22h.

A Constituição Portuguesa prevê o seguinte em referência à televisão e às crianças:

  • Artigo 69º. Infância. 1. As crianças têm direito à proteção da sociedade e do Estado, com vista ao seu desenvolvimento integral, especialmente contra todas as formas de abandono, de discriminação e de opressão e contra o exercício abusivo da autoridade na família e nas demais instituições.
  • Artigo. 38º Liberdade de imprensa e meios de comunicação social. 5. O Estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e de televisão.
  • Artigo 39º. Regulação da comunicação social. 1. a) O direito à informação e liberdade de imprensa.
  • Artigo 64º. Saúde. 1. b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a proteção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.


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